quarta-feira, 14 de julho de 2021

Cromos escotistas

 

Quem de nós não tem ou teve uma caderneta de cromos?

Atualmente, grande parte das coleções de cromos são dedicadas aos campeonatos de futebol. Mas nem sempre foi assim.

O hábito de colecionar cromos remonta aos anos 20 do século passado, quando, seguindo exemplos vindos de Espanha, França e Itália, as fábricas de doces passaram a embrulhar os seus produtos (caramelos, rebuçados, chocolates) em estampas coloridas com os temas mais atrativos da época. Apesar de ser uma iniciativa de caráter promocional, uma alavanca para a comercialização dos bens, não deixou de ser uma ideia original. Os consumidores compravam os produtos para colecionar as imagens e colarem-nas em cadernetas desenhadas para o efeito.

Em 1939 a Fábrica de Chocolates Nestlé passou também a oferecer conjuntos de pequenas estampas dentro das suas embalagens. Como estávamos numa das épocas áureas do escotismo,  a marca passou a incluir na sua coleção, cromos dedicados ao Movimento.

As imagens originais podem ser vistos no CIDE.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Jornal "O Escoteiro"


Em dezembro de 1915, pouco mais de dois anos após a fundação da Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP), apareceu o jornal «O Escoteiro», uma publicação mensal  e órgão oficial da Associação.

Era diretor deste mensário escotista o presidente da Associação, Dr. António Sá Oliveira e editores Eduardo dos Santos (até à publicação nº 5) e J. Cardoso Gonçalves (a partir do nº 5).

O cabeçalho foi desenhado por Humberto Martins, escoteiro do Gr. n.º 1 e autor de inúmeras ilustrações escotistas para jornais, livros e diplomas.

No seu primeiro número,  «O Escoteiro» apresentava as condições da criação desta publicação.


O jornal manteve uma publicação regular até janeiro de 1916 (à exceção do mês de fevereiro) e prosseguiu até julho de 1917. No n.º 11,  «O Escoteiro» inseria uma explicação que dava conta das dificuldades com que lutava para se manter em exercício e a direção alertava:

“Se os grupos que não cumprem o seu dever, persistirem na atitude havida até agora, então o jornal «O Escoteiro» terá de suspender a sua publicação até que os mesmos grupos reconsiderem e se corrijam”.

O n.º 12 ainda foi publicado, uma vez que o decreto n.º 3120-B dava o reconhecimento oficial à AEP e era necessário divulgar o facto, mas o jornal «O Escoteiro» acabaria por suspender a sua publicação.

Reapareceu em julho de 1918, editado pelo Grupo n.º 26 do Porto que, ao que parece, decidiu suspender o seu jornal de grupo, «O Scout», para dar continuidade à publicação d`«O Escoteiro», que se mantinha como órgão oficial da AEP. Desta fase conhecem-se apenas duas publicações (os números 13 e 14). Mais tarde, o Grupo n.º 11, do Liceu de Camões, fez uma tentativa de publicação, mas sem êxito. Sabe-se que em janeiro de 1922 retomou a publicação, mas ignoramos a sequência e nunca vimos qualquer exemplar.

Em julho de 1923, a AEP retomou a publicação d` «O Escoteiro», série IIª, mas em formato de boletim.

No CIDE-ME existem todos os jornais da Iª série, à exceção dos nºs 9, 12 e 14, e dos publicados pelo Gr. 11, como atrás referimos.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Distintivos de promessa e compromisso de honra (1956-64)

Não se encontram referências ao uso no uniforme dos lobitos, dos escoteiros e dos caminheiros de distintivos de Promessa ou de Compromisso de Honra antes de 1956.

Só após 1956 quando do ato de prestação da Promessa ou do Compromisso de Honra, lobitos, escoteiros e caminheiros começaram a usar no meio do bolso esquerdo da camisa a insígnia associativa, constituída apenas pela flor-de-lis, circunscrita por uma cercadura oval.

A insígnia tinha as cores correspondentes a cada uma das divisão – amarelo para a Alcateia, verde para a Tribo (naquela época não existiam Tribos de Escoteiros e Tribos de Exploradores) e vermelho para o Clã, e eram todas elas bordadas à mão.

A confeção manual, se por um lado era usual na altura, não deixa de ilustrar a fraca dimensão do ativo associativo naqueles anos e criava uma disparidade de “modelos”, como se pode observar na imagem.

Só a partir do ano de 1964 (ano comemorativo do Jubileu da AEP), é que a insígnia associativa passou a ser igual para todo o ativo – educandos e escoteiros-chefes -, com um desenho e cores muito semelhante ao que ainda hoje é usado.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Bandeira de S. Jorge

É de todos conhecida a ligação dos escoteiros à lenda de S. Jorge, mas desconhece-se a data exata do surgimento da Bandeira de S. Jorge, nos atos oficiais da AEP. 

Sabemos que a AEP recebeu do Escoteiro Chefe Amâncio Salgueiro Jr., uma bandeira na altura da inauguração da Sede dos Serviços Centrais, no Cais do Sodré, em Abril de 1953 da qual temos  referências fotográficas .

Esta bandeira faz parte do acervo do nosso museu. 



domingo, 31 de janeiro de 2021

Selos portugueses alusivos à XVIII Conferência Internacional do Escutismo

Foi em setembro de 1961 que Lisboa abriu portas para receber a  XVIII Conferência Internacional de Escutismo. 54 países do mundo  marcaram a sua presença no salão nobre do Palácio Foz .
Neste evento não só foram importantes as decisões tomadas para o futuro do Movimento, como também a Conferência procedeu à admissão de seis novos membros: Laos, Ghana, Madagascar, Nigéria, Chipre e Marrocos. 
Para assinalar este evento, os CTT emitiram uma série de 6 selos que começaram a circular no dia 11 de junho de 1962.
Paralelamente , foi criado um carimbo especial para ser aposto, quando solicitado, e  sobrescritos especiais alusivos a este acontecimento filatélico.

Sobrescrito de 1.º dia com série completa (*)(*) Envelope com impressão alusiva à XVIII Conferência Internacional do Escotismo, sobre o qual estão afixados os selos desta emissão (um de cada valor), obliterados com o carimbo comemorativo do 1.º dia de circulação. 



Carimbo comemorativo do 1.º dia de emissão – CTT Lisboa e CTT Porto


Ler mais.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Os selos de Mafeking (1900-1901)

                                         Selos de Mafeking – 1900/1901

Por evocarem a memória de personagens, objetos e acontecimentos emblemáticos da história e da cultura de um país ou de uma região, os selos são expressões da identidade, do património coletivo e veículos da sua difusão pelo mundo. Entre o diverso espólio do CIDE, encontram-se os selos de Mafeking, cuja história passamos a contar.

Todos conhecem Baden-Powell e a importância que teve no Movimento Escotista, bem como o episódio histórico dos tempos em que ele era oficial no Exército Inglês, o qual é de extrema relevância para a História do Escotismo.

Em 1899, Inglaterra, potência que dominava a África do Sul, estava em guerra com o exército dos Bóers, colonos oriundos da Holanda que reclamavam  parte dos territórios que ocupavam naquela região. A cidade de Mafeking, na margem do rio Molapo, era um centro nevrálgico nesta guerra, pois possuía um importante nó ferroviário e quem a controlasse, ficaria em  vantagem sobre o opositor.

Em Outubro de 1899, o coronel do Exército Britânico Robert Baden-Powell (BP) chegou à África do Sul e alojou-se em Mafeking,  onde estabeleceu o seu quartel-general. Como o contingente militar era escasso, BP teve a ideia de criar um corpo de cadetes (constituído por jovens rapazes) ao qual atribuiu, entre outras funções, o serviço de estafeta, vigilância, apoio à população e distribuição de correio, liberando assim os homens válidos e mais velhos para o combate.  O êxito destes rapazes no cumprimento das suas tarefas entusiasmou Baden-Powell e esteve na origem do movimento escotista.

Mas, como o conflito nesta região foi  muito longo, houve escassez, ou mesmo falta de alguns bens, entre os quais, selos para o envio de correspondência. Para ultrapassar este inconveniente,  foi impresso um selo com o perfil de BP. Posteriormente, foram impressos mais dois, mas em tamanho ligeiramente mais pequeno: um com o mesmo perfil e outro com a fotografia do seu adjunto Goodyear, com a sua bicicleta. Estes selos ficaram conhecidos como Deep Blue ou Mafeking Blues.

Após a vitória das forças inglesas, BP regressou a Inglaterra onde foi recebido em apoteose, principalmente pelos jovens, e pela Rainha, que o felicitou, mas, reza a história, também o repreendeu, pelo facto dos selos não terem o perfil da monarca, como era tradição (facto que os torna raros na coleção do Império Britânico).

Para conhecer mais sobre a história de BP sugerimos este vídeo e para  saber mais sobre Mafeking  e os selos emitidos, sugerimos este vídeo também.

sábado, 2 de janeiro de 2021

"Para ser Escoteiro"

 Para ser Escoteiro (1952)

Esta semana o objeto que temos para apresentar é o livro "Para ser Escoteiro", uma edição de 1952.

A literatura escotista em língua portuguesa foi sempre muito escassa. Em 1934 foram publicados dois manuais de provas de classe - o “Para Ser Escoteiro” (manual para a 3.ª classe escotista) e o “Sempre Pronto”  (manual da 2ª classe) -  ambos rapidamente esgotados.

Em 1952, o jornal "Sempre Pronto", para dar resposta às necessidades dos grupos, nomeadamente à " falta de literatura que os oriente", passou a publicar " as provas de 3.ª, 2,ª e 1.ª classes, fazendo-o em forma de livro, a fim de que os escoteiros possam constituir um pequeno volume, que poderá ser um útil manual escoteiro." Esclareceria porém que o jornal limitar-se-ia a "copiar, tanto quanto possível, os antigos manuais «Para ser escoteiro» e «Sempre Pronto», no que se refere às provas de 3.ª e 2.ª classes", sendo que as  da 1ª classe seriam as que constavam, à época, nos "manuais estrangeiros”.

Deixamos aqui algumas páginas para aguçar a vossa curiosidade.








Cromos escotistas

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