sábado, 11 de abril de 2020

Dados para a História da AEP: Parte IV (1930-1935)


O período que decorre entre 1930 e 1935 foi, mais uma vez, marcado por grandes mudanças no cenário político europeu e, particularmente, no português. 

Em plena ditadura militar, instaurada após o golpe militar de 1926, a Constituição Republicana de 1911 vigorou apenas em teoria e foi alterada por sucessivos decretos governamentais. A ideia de Parlamento, enquanto órgão de soberania, não consta das prioridades políticas do poder. 

Na Europa, os anos 30 foram palco da ascensão e expansão dos regimes autoritários: Itália viveu a ditadura fascista com Benito Mussolini e a Alemanha apoiou Adolf Hitler na construção do nazismo. Em Portugal, António de Oliveira Salazar que dera os primeiros passos na política nacional ocupando a pasta das Finanças em 1928, entra na nova década preparado para voos mais altos. Em 1932 foi nomeado presidente do Conselho de  Ministros e um ano mais tarde fez aprovar uma nova Constituição. Este documento, estruturante para Portugal, foi concebido pelos militares e por Oliveira Salazar, e entrou em vigor em 11 de Abril de 1933, após plebiscito realizado em 19 de Março do mesmo ano, formalizando, assim, o início do Estado Novo. 

Como é que o movimento escotista viveu este período?  Como é que os escoteiros ultrapassaram a crise associativa?


Saber mais.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Dados para a História da AEP: Parte III (1920-1929)


Os anos 20 do século passado, ou os "loucos anos 20" convencionalmente designados, começaram em Portugal com uma loucura diferente da que se vivia noutros locais, marcada por uma crise económica e política que culminou com a ditadura militar imposta por Gomes da Costa a 28 de maio de 1926.
A República (a primeira) tinha dez anos e aos problemas que clamavam por resolução, respondia com uma sucessão de governos e presidentes, num cenário agitado, marcado por desacatos nas ruas, atentados, tumultos e paralisações, que deixaram os portugueses sem norte e sem alguns bens de primeira necessidade. As greves marcaram a sua presença em diferentes setores: ferroviário,  função pública, Carris, correios  e telégrafos entre outros.
A situação era de tal forma instável que causou alguma preocupação aos nossos aliados ingleses que mantiveram um navio em frente ao Terreiro do Paço, não fosse o caso de Portugal necessitar da intervenção estrangeira para "estabilizar". 
Em 1926, depois de 45 governos e 8 presidentes da República, eis que Gomes da Costa, encabeça um  levantamento militar que começou no norte do país e ao qual rapidamente a maioria das unidades do país aderiu. O golpe, que começou em Braga, retirou o poder aos partidos republicanos e abriu caminho a uma ditadura militar e a um governo autoritário que só terminaria a 25 de abril de 1974.
É neste contexto que se desenvolve  o segundo período da associação, marcado por um acentuado progresso, evidente num efetivo de (aproximadamente) 125 grupos, espalhados por Portugal Continental e Ultramarino, e pela proteção oficial que aparece em vários diplomas.




















quarta-feira, 8 de abril de 2020

Dados para a História da AEP: Parte II (1911-1919)

1911-1919: A Primeira República Portuguesa




Estávamos em 1910: na noite de 3 para 4 de outubro, diversas forças militares sublevaram-se contra um regime que há muito era contestado e revelava sinais de desgaste.
O conturbado final do séc. XIX anunciava uma mudança inevitável: a onda de agitação que esteve na origem da revolta republicana no Porto, a 31 de janeiro de 1891, marcou o percurso que, a prazo, pôs termo ao primeiro liberalismo português. A par da constante crise política e do generalizado mal-estar social, a crise económica e a derrocada financeira, compuseram um quadro de catástrofe. Na viragem de século, o rei D. Carlos ainda lutou pela sobrevivência da monarquia, mas a estratégia não foi a melhor e conduziu Portugal a uma ditadura não desejada e muito menos bem vista.
Em 1908, o assassinato do rei deixou o seu filho mais novo, Manuel (com apenas 18 anos), com uma pesada herança: a coroa e um conjunto de problemas para resolver.
O jovem rei procurou o apoio de todos os partidos monárquicos, mas ser-lhe-ia impossível travar a onda republicana: enquanto os republicanos se uniam, os partidos monárquicos dificilmente se entendiam  e conspiravam ora contra o rei, ora contra os republicanos e o fim da Monarquia. 
Foi assim que Portugal entrou em 1910. Sob a pressão decisiva da Carbonária e com o apoio da ala do Partido Republicano Português defensora do recurso às armas, os republicanos tomaram o poder em Lisboa.

A proclamação da República foi feita das varandas da Câmara Municipal de Lisboa na manhã do dia 5 de outubro de 1910, no mesmo dia em que D. Manuel II e a família real partiram para o exílio.


Foi neste contexto de grandes mudanças e dificuldades político-económicas que nasceu o escotismo em Portugal. 

As recolhas e recortes que hoje partilhamos dizem respeito aos primeiros anos do escotismo português e a alguns momentos perturbadores na vida da Associação de Escoteiros de Portugal.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Objetos com História


DISTINTIVO DE GUIA DIPLOMADO



Em 1951, a Chefia Nacional da AEP iniciou o 3º Curso da Escola Central de Guias de Patrulha, ao tempo que Luís Grau Tovar de Lemos era Escoteiro-Chefe Geral.
Foi nomeado seu Diretor o Escoteiro-Chefe do Grupo nº 13, na Sociedade de Geografia, professor Júlio Santos e, como instrutores, João Clímaco do Nascimento e Raúl Matoso, além de outros monitores que administravam as matérias de acordo com as suas especializações.
Foi elaborado um conveniente programa com temas teóricos e práticos, desenvolvidos ao longo de cinco meses. Todas as aulas práticas tiveram lugar no campo.
Segundo dados estatísticos conhecidos, inscreveram-se 52 candidatos que foram divididos em 7 patrulhas. Durante o tempo que durou o curso, as patrulhas estavam em permanente competição. A patrulha melhor classificada na semana, tinha direito a usar uma braçadeira verde, com o emblema associativo, durante a semana seguinte. 
No final foram feitas provas de avaliação, teóricas e práticas. Segundo os mesmos dados estatísticos, excluindo os que não chegaram ao fim e os que não foram sobreviveram à avaliação, restaram 16 diplomados.
Estes, foram distinguidos com a insígnia que abaixo reproduzimos e que era usada no bolso esquerdo da camisa, no meio das “duas pescadinhas” que simbolizavam o cargo de guia de patrulha:
Texto do Companheiro Duarte Mendonça

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Objetos com História

A Bandeira da Companhia Rainha D. Leonor

Em Portugal, o Movimento Guidista surgiu devido ao entusiasmo de antigas guias inglesas residentes em Portugal que, nos anos 20, juntaram grupos de raparigas inglesas e portuguesas, no Porto, depois em Carcavelos e na Madeira, com as quais formaram as primeiras Companhias. Estas Companhias estavam associadas a colégios ingleses e dependiam diretamente da Associação Mundial.
Só em 1931, ano em que B-P e Olave B-P, os fundadores do Movimento, visitaram a Madeira, começaram a ser dinamizadas as primeiras Companhias de Guias portuguesas, no continente e na Madeira.

Três anos mais tarde, em 1934, os Estatutos da AGP foram aprovados pelo Governo.
O espírito do Movimento estendeu-se por Portugal e pelas Províncias Ultramarinas. Em 1936, comemorou-se pela primeira vez em Portugal, o Dia do Pensamento (22 de Fevereiro). Contudo, a situação da Associação alterou-se em 1937 com o pedido de cessação das atividades feito pelo Governo, motivado pela criação da Mocidade Portuguesa, agravada com os anos de agitação da Guerra Civil de Espanha e mais tarde com a II Guerra Mundial, o Movimento acabou por ser suspenso no continente e nos Açores.
De acordo com o Site Institucional da AGP, só em 1954, por iniciativa de um grupo de antigas Guias que conseguiu obter o apoio do Patriarcado de Lisboa e do Ministério da Educação, a Associação reiniciou as atividades em Lisboa. O grupo elegeu como Presidente Maria do Carmo Pombeiro e como Comissária Nacional, Isabel de Estarreja, que deram um forte impulso à Associação.

No entanto, em 3 de Maio de 1953, fundou-se a Companhia de Guias de Portugal, designada “Rainha D. Leonor”, anexa à Igreja Presbiteriana, sita na Rua de S. Bento. Junta-se a foto da bandeira.
Ao ato de inauguração assistiu a figura prestigiosa de Denise Lester, representante em Portugal da Secretaria Mundial de Guidismo e a senhora Frank Murray, do Conselho Nacional de Guidismo dos Estados Unidos da América.
Foi Guia-Chefe desta unidade a Sr.ª Júlia Gomes Pena Ribeiro e Subchefe Sara de Oliveira Serra.
A Companhia “Rainha D. Leonor” durou cerca de dez anos.
A bandeira da Companhia Rainha D. Leonor, é propriedade da Fraternal e encontra-se no CIDE-ME

Cromos escotistas

  Q uem de nós não tem ou teve uma caderneta de cromos? Atualmente, grande parte das coleções de cromos são dedicadas aos campeonatos de f...