Por evocarem a memória de personagens, objetos e acontecimentos emblemáticos da história e da cultura de um país ou de uma região, os selos são expressões da identidade, do património coletivo e veículos da sua difusão pelo mundo. Entre o diverso espólio do CIDE, encontram-se os selos de Mafeking, cuja história passamos a contar.
Todos conhecem Baden-Powell e a importância que teve no Movimento Escotista, bem como o episódio histórico dos tempos em que ele era oficial no Exército Inglês, o qual é de extrema relevância para a História do Escotismo.
Em 1899, Inglaterra, potência que dominava a África do Sul, estava em guerra com o exército dos Bóers, colonos oriundos da Holanda que reclamavam parte dos territórios que ocupavam naquela região. A cidade de Mafeking, na margem do rio Molapo, era um centro nevrálgico nesta guerra, pois possuía um importante nó ferroviário e quem a controlasse, ficaria em vantagem sobre o opositor.
Em Outubro de 1899, o coronel do Exército Britânico Robert Baden-Powell (BP) chegou à África do Sul e alojou-se em Mafeking, onde estabeleceu o seu quartel-general. Como o contingente militar era escasso, BP teve a ideia de criar um corpo de cadetes (constituído por jovens rapazes) ao qual atribuiu, entre outras funções, o serviço de estafeta, vigilância, apoio à população e distribuição de correio, liberando assim os homens válidos e mais velhos para o combate. O êxito destes rapazes no cumprimento das suas tarefas entusiasmou Baden-Powell e esteve na origem do movimento escotista.
Mas, como o conflito nesta região foi muito longo, houve escassez, ou mesmo falta de alguns bens, entre os quais, selos para o envio de correspondência. Para ultrapassar este inconveniente, foi impresso um selo com o perfil de BP. Posteriormente, foram impressos mais dois, mas em tamanho ligeiramente mais pequeno: um com o mesmo perfil e outro com a fotografia do seu adjunto Goodyear, com a sua bicicleta. Estes selos ficaram conhecidos como Deep Blue ou Mafeking Blues.
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